
Autoridades brasileiras — que foram à Israel para participar de um evento para países de língua portuguesa —, continuam no país devido aos bombardeios sofridos pelo Irã. O espaço áereo está fechado e não há possibilidade de retorno por enquanto. Alguns deles contaram como está a situação no país e afirmam que ainda não há previsões de retorno ao Brasil.
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), que está com uma comitiva do prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), entrou em contato por volta do 11h30, horário de Brasília, com sua equipe de comunicação. A assessoria informou que tentava contato com o prefeito da capital paraibana desde às 5h30. Houve também uma reunião da comitiva com autoridades israelenses, mas ainda sem previsão de retorno ao Brasil.
"Ele relatou que estão sendo bem cuidados, alimentação, mas a situação é bastante angustiante, principalmente logo após as ofensivas de Israel. A cada nova ameaça eles têm que descer para o bunker, e é bem desgastante, cansativo. E a gente fica feliz de ouvir a voz, mas é uma coisa que me preocupa bastante", relatou ao Correio o assessor de comunicação de Lucena.
A assessoria do prefeito de João Pessoa informou ainda que o filho, deputado federal Mersinho Lucena (PP-PB), está à caminho da Arábia Saudita para tentar resgatar o pai. "Olha, existe uma tentativa de resgate que o o filho dele está tentando. O deputado está neste momento a caminho da Arábia Saudita e de lá vai buscar uma rota, com o apoio do Itamaraty", contou ao Correio.
O órgão, no entanto, disse não ter informações sobre essa tentativa de ajuda por parte do deputado.
Vice-prefeita de Goiânia, tenente coronel Cláudia Silva Lira (Avante) gravou um vídeo explicando que a comitiva está bem e segura dentro do abrigo. Eles estão hospedados a cerca de 20 km de Tel Aviv e as autoridades israelenses estão mantendo sua segurança e ofertando comida e água. Ainda sem previsão de saída do país devido ao fechamento do espaço aéreo e das rodovias.
O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil) também ou pela mesma situação e precisou se abrigar em um bunker durante agenda em Israel. Em uma vídeo nas redes sociais, Rocha detalhou o que viu. "A gente ou uma noite bastante difícil onde vários mísseis foram lançados contra o estado de Israel e infelizmente o domo não fez a proteção de um dos mísseis que caiu em área residencial ferindo 88 pessoas e tendo ainda três mortes de pessoas não militares, inclusive que estavam em suas casas. A gente segue firme aqui, estamos sendo bem atendidos pela pela embaixada do Brasil em Israel e também pela embaixada de Israel no Brasil. Vamos continuar aqui aguardando a liberação do espaço aéreo para que possamos voltar para os nossos lares e para as nossas atividades", disse Marcos Rocha.
Flávio Valle (PSD), vereador do Rio de Janeiro, também está com a delegação em Israel. Valle informou em suas redes sociais que por volta das 15h em Israel, o alerta para permanecer próximo aos bunkers foi retirado.
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"A gente acabou de ter uma reunião com o pessoal do Ministério de Relações Exteriores de Israel e eles tranquilizaram muito a gente. Estamos cerca de meia hora, 25 km de Tel Aviv, então os bombardeios não foram na região onde estamos hospedados. A maior preocupação é entender quando a gente vai conseguir voltar para o Brasil, mas entendendo que agora não há muito o que fazer", disse em vídeo.
Valle fez a atualização às 9h da manhã horário de Brasília.